17.5.1987
– Vem! Espera-Me, onde te disse.
Ó Getsemani! Que revelaste tu senão medos, angústias, traições e abandonos! Getsemani, tu tiraste aos homens toda a coragem. Tu albergaste em teu ambiente, dominado pelo silêncio, as Minhas Angústias, por toda a Eternidade. Getsemani, que tens tu para revelar que não tenhas já revelado? Tu testemunhaste, na Santidade do silêncio, a traição ao teu Deus; tu deste testemunho de Mim. Chegou a hora, as Escrituras tinham de cumprir-se.
Minha filha, sei que muitas almas acreditam em Mim, como se Eu realmente não fosse mais que um mito, crêem que apenas tenha existido no passado. Para muitos, Eu não sou senão uma sombra passageira, já eclipsada pelo tempo e pelo progresso. Poucos se dão conta de que Eu vivi, incarnado, sobre a terra, e estou agora mesmo presente, no meio de vós. Eu sou Tudo aquilo que fui e que será. Conheço os seus medos, conheço as suas angústias, conheço as fraquezas: não terei Eu sido Testemunha de todas essas fragilidades, no Getsemani? Minha filha, quando o Amor rezou no Getsemani, milhares de demônios estavam a ser sacudidos; demônios, aterrorizados, fugiram. Havia chegado a hora: O Amor glorificava o Amor. Ó Getsemani, testemunha do Atraiçoado, testemunha do Abandonado: Levanta-te, testemunha, e dá testemunho! Minha filha, Judas traíu-Me; mas quantos, como Judas, Me atraiçoam ainda! Naquele mesmo instante, Eu sabia que o seu beijo iria ser repetido por muitos, nas gerações futuras, que esse mesmo beijo Me iria ser dado sem tréguas, renovando a Minha angústia, lacerando o Meu Coração; Vassula, faz com que Eu seja consolado, deixa-Me repousar no teu coração.
Mais tarde
– Vassula, queres escrever?
– Sim, se o desejardes.
– Ama-Me, nos Meus tormentos do Getsemani. Fui traído por um dos Meus, um dos Meus bem-amados… e hoje, recebo ainda ultrages que Me lembram as Minhas angústias do passado. O Meu Coração está cheio de amargura.
Neste momento, sentia dificuldades e não tinha já confiança para poder continuar.
– Jesus?
– Eu Sou. Pequena, escreve. O Suor da Minha agonia corria de Mim, em grossas gotas de sangue.
Inesperadamente, lembrei-me do momento em que o espírito maligno quase me fizera cair e senti vergonha…
– A tua fraqueza atrai-Me, na medida em que posso dar-te a Minha Força. Vem, traz-Me o teu amor, apoia-te a Mim.
Apoiei-me a Ele.
– Sim!
Jesus estava contente.
– Toma, alimenta-te de Mim, enche o teu coração do Meu Coração, ama-Me, pensa em Mim, sê Minha, inteiramente Minha, adora-Me, e só a Mim. Peço-te que Me recebas, sim, na pequenina hóstia branca… Vem e bebe-Me, purifica-te! Eu amo-te e farei com que tu Me recebas; não Me renegues nunca! Deseja-Me, e a Mim, Só. Esperar-te-ei no Sacrário, tu ver-Me-ás, do modo que te ensinei: com os olhos da tua alma.
– Jesus, interrompi-Vos por minha culpa; quereis continuar?
– Sim, quero; escuta-Me: O solo absorveu essas gotas. Mas hoje, esse solo, mais árido que nunca, precisa de ser irrigado, deseja a paz e tem sede de amor.
Inesperadamente, Jesus parou.
– Não Me aflijas. Queres rezar ainda Comigo? Ama-Me, Vassula. Vem.
Ó Pai cumpre aquilo que deve ser cumprido.
Que as Tuas Palavras penetrem, abençoem
e purifiquem os corações dos Teus filhos.
Pai, faz aquilo que o Teu Coração deseja e seja feita a Tua Vontade. Amém.
– Queres ainda trabalhar para Mim?
– Continuarei a trabalhar para Deus, se esta é a Sua Vontade.
– É a Minha Vontade.
– Então, continuarei a trabalhar, mas não Vos esqueçais da minha incapacidade!
– Apoia-te inteiramente a Mim, teu Jesus. Sei como és impotente. Não queria mais que uma criancinha, que dependesse inteiramente de Mim.
– Jesus?
– Eu Sou.
– Terminou a Vossa mensagem do Getsemani?
– Não. Continuá-la-ei. Os Meus filhos têm de ser reavivados e Eu devo mostrar-lhes que estou no meio deles com a Minha mensagem, que Eu mesmo abençoei. Eles ver-Me-ão e sentir-Me-ão; muitos voltarão a Mim, que tanto suspiro pelos Meus bem-amados.
– Jesus, não estou em condições de realizar coisa alguma.
– Vassula, será possível que um pai não ajude o seu menino a atravessar a estrada, quando tem necessidade do seu auxílio? Pois é assim mesmo que Eu te ajudarei até ao fim.
– Não sei se procedo bem, distribuindo a Vossa mensagem. Será um erro?
– Não, tu dás o Meu Pão, tal como Eu mesmo te O dei. O Meu Pão deve ser dado gratuitamente!
Li a oração de São Miguel Arcanjo.
– (São Miguel): Lê a seguinte oração.
Li o “Lembrai-Vos” de São Bernardo à Santíssima Virgem e confiei-Lhe uma das minhas preocupações: quando os meus amigos leram a mensagem, felizes de o terem feito, voltaram para Deus, convertendo-se. Alguns deles queriam partilhar a sua felicidade com um padre. O padre, indiferente, advertiu-os de que não deviam prestar atenção a tais mensagens, porque poderiam não vir de Deus. Realmente, eu própria fiz essa mesma experiência: dos quatro padres que conhecem estas mensagens, dois tentaram dissuadir-me de continuar e dois encorajaram-me. Agradeceria, porém, que aqueles que me desencorajam e desencorajam os outros dessem os seus conselhos apenas depois de ter lido estas mensagens do A ao Z (da primeira à última). Seguidamente, se continuam a crer que não tenham valor algum, desejaria que me explicassem porquê. Como podem eles exprimir uma opinião sobre um tema que não conhecem e sem terem falado comigo uma só vez?!
(A Santíssima Virgem): – Enche o teu coração com a Chama de Deus. Amo-te.
– Mãe Querida, temo que a mensagem de Deus seja espezinhada por pessoas que nem sequer a seguem ou lêem!
– Eu sei. Vassula, reconheces as Obras de Jesus?
– Sim.
– Vassula, tenho rezado por ti, “agapi mou” 1 , sê paciente. Apoia-te em Jesus.
Rezei a Jesus.
– Apoia-te em Mim.
– Temo que a Vossa mensagem seja aniquilada por aqueles que nem sequer a leram.
– Não temas, ama-Me. Purifica a tua alma, glorifica-Me. Vem, vamos, lembra-te: Nós… Não te aflijas.
Ontem, Jesus conduziu-me à igreja. Não posso acompanhar bem a Missa, na medida em que não conheço o seu desenrolar e os cânticos. Fico sempre um pouco atrás, mas sei que Jesus está presente e me fala. A Eucaristia consolou-me.