26.3.1987
– Alegra-Me, Vassula, e compreende que Eu, Deus, sou Uno. Quero tanto mostrar-te, um pouco mais, a Minha Glória. Minha pequenina, sabes como o Céu foi criado?
– Por Vós, graças a Vós.
– Sim, Eu mesmo medi toda a largura, altura e profundidade; e toda a dimensão é perfeita. Toda a pequena criatura viva vem de Mim e é verdadeiramente Minha. Todo o tipo de vida vem de Mim, o Meu Sopro é Vida. Desejarias conhecer ainda mais as Minhas Obras divinas?
– Sim, Senhor.
– Então, demos um passeio pela Minha Glória.
Dei comigo a passear com Deus num jardim esplêndido, matizado, inundado de luz, mas luz de um sol estranho. Ao caminhar, entrevi uma enorme esfera de luz que tocava o horizonte Era como um grande sol que se podia fixar sem por ele nos cegarmos.
– Como te sentes, Minha filha?
– É maravilhoso e tão estranho!
– Que vês?
– Uma espécie de “sol”.
– Sim, é a Minha Santa Morada. Que vês tu, à volta dessa Luz?
A princípio, via manchas que se moviam à volta dessa Luz; depois, dei-me conta de que as manchas eram uma legião de anjinhos que rodeavam a Luz.
– São Querubins que circundam a Minha Glória. Que vês ainda?
– Escadinhas que levam ao interior do ” Sol“?
– Entremos nessa Luz. Estás disposta? Tira os sapatos, porque entramos em chão sagrado. Agora, estamos no interior da Luz.
Ao entrar, pensava que me encontraria numa luz ofuscante; e, pelo contrário, não: tudo era de cor azul e muito repousante. Aquilo que me impressionou verdadeiramente foi o silêncio, uma sensação de paz e de santidade. Estávamos no interior de uma esfera.
– Sim, é uma esfera.
A “parede”, em todo o seu interior, não era uma parede, mas eram coisas vivas, eram anjos, um muro de anjos. O “teto” era uma abóbada formada por anjos de grande estatura… Eram todos azuis e eram aos milhões, bilhões, um ao lado do outro, eram grandes anjos, um sobre o outro, formando uma “parede” sólida, até fechar a esfera, no alto.
– Os Meus Serafins vigiam este santo lugar e adoram-Me incessantemente. Ouve-los?
“… Santo dos Santos,
Santo é o nosso Deus, o Altíssimo… “
– Quantos são, Senhor?
– Milhares, Minha menina. Sabes quem é aquele, tão belo, com a espada de ouro?
– Não sei.
Vi um deles, diferente dos outros; tinha uma cor de pele normal, com cabelos louros, compridos até às costas, vestido com uma longa veste resplandecente, da mais branca alvura. Tinha, na mão, uma belíssima espada de ouro.
– Vassula, a espada é a Minha Palavra. A Minha Palavra é pura. Ela trespassa e ilumina.
Inesperadamente, a “abóbada” arredondada abriu-se como uma flor.
– Olha, pequena, procura distinguir. Eu estou ao pé de ti e ajudo-te. Agora, verás, por cima de ti, a Batalha Santa que irá acontecer. Ó Minha filha, olha atentamente ao teu redor e fica a saber que o Mal existe. Vês alguma coisa?
Quando a “abóbada” se abriu como uma flor, antes de tudo, vi cavalos com olhos negros aveludados e ferozes. Depois, a imagem afastou-se e vi o desenrolar de uma batalha.
– O Meu Exército combaterá Satanás e os seus sequazes, como também todos aqueles que tentaram destruir a Minha Lei. Lembra-te de que Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último. A Minha Palavra é Eterna. Agora, que vês?
– Um réptil, como uma grande serpente, que foi escouceado por um cavalo.
– Este dragão, pela lança do Meu Santo1, será vencido. Quando isto for cumprido, também todos os seus sequazes cairão. Vassula, agora, mostrar-te-ei a Minha sala de juízo.
Vi uma grande sala vazia. De repente, num canto, vi um grupo de almas. O ruído das suas cadeias atraíra a minha atenção. Aquelas almas pareciam terrivelmente amedrontadas, manchadas de negro, como carvão. Elas não nos tinham visto e pareciam espantadas com o lugar em que se encontravam.
– Ouve as trombetas: são os Meus anjos, que Me anunciam. Dá-Me a mão, pois tu és a Minha visita. Sim, cada anjo cai prostrado diante de Mim. Viste aquela multidão de almas? Vêm da parte debaixo da terra.2 São almas atormentadas que foram libertas e estavam mesmo às portas de Satanás.
– Quem as libertou?
– Fui Eu, com as Minhas Obras Celestes e a ajuda de todos aqueles que reparam e Me amam. Compreendes agora o motivo por que Eu tanto quero que tu Me ames? Quanto mais profundamente tu Me amares, tanto mais elas terão a sorte de se elevar para Mim. Queres saber o que vai acontecer a estas almas?
– Sim, Senhor; que será delas?
– Deixa que to diga: Eu batizá-las-ei com o Meu Espírito Santo e libertá-las-ei completamente, pois até que não forem batizadas pelo Espírito Santo, não poderão partilhar do Meu Reino.
– Querereis, então, dizer que essas almas não foram batizadas?
– Não eram.
– E, agora, querem-no?
– Sim, elas querem-no. Vem, que to explicarei. Sentemo-nos. Aquilo que viste não era senão uma sua imagem. Elas não estavam verdadeiramente na Minha sala. As almas não são julgadas senão no Fim.
– Se estas almas não estavam na Vossa sala, onde estavam, realmente?
– Essas almas estavam no Purgatório,3 por conseguinte, sob a Minha Justiça. Se vós Me escolherdes e desejardes seguir-Me, sereis salvos; mas se vos negardes a reconhecer-Me com obstinação, caireis e, precisamente onde acabardes será um martírio sem fim.4 Eu devo avisar-vos a todos, e não porque o não tenha já dito antes, que se alguém blasfemar contra o Espírito Santo jamais será perdoado, porque tal é a Minha Lei. Abaixa os olhos, diante de Mim, Minha menina.
Baixei-os.
– Deixa que te abençoe; Eu perdôo os teus pecados. Repete estas palavras:
Bendito seja o Senhor e Deus Omnipotente,
Que o Seu Reino reine na Glória Eterna,
que o Seu Santo Nome seja glorificado,
que a Sua palavra penetre e permaneça em todos os corações. Amém.
– Vassula, hoje, não trabalhes mais, descansa. Amanhã ditar-te-ei a Minha mensagem, por aqueles que Me representam sem Me corresponderem com suficiente amor e sem alcançarem o Meu Amor Infinito. Minha filha, vem, faz-Me companhia. Preciso de descansar5, aproxima-te de Mim, partilha a Minha dor.
– Meu Deus, farei aquilo que Vós quiserdes, mas não Vos esqueçais de que há ainda muitos que Vos amam profundamente; não esqueçais os seus sacrifícios que demonstram bem o seu amor por Vós.
– Sim, eles aliviam as Minhas dores e suavizam as Minhas Chagas; mas Eu tenho necessidade de um maior número de almas, dispostas a reparar e a fazer conhecer o Meu Amor Infinito, espalhando-o como neblina. Eu desejo que abram o seu coração e Me recebam; e Eu encherei os seus corações com o Meu Amor e, quando o seu coração transbordar de amor, poderão difundir esse amor e alimentar os Meus cordeiros. Bem-amada, queres deixar-Me repousar em ti?
– Sim, meu Deus.
– Queres repousar em Mim?
– Sim, meu Deus, fá-lo-ei.
– Então, vem. Amo-te.
– Também eu Vos amo, meu Deus.