23.8.1987

Ontem, sucedeu algo de muito particular! Era o dia de barrela e todas as lavadeiras do apartamento estavam ocupadas. Estava um bom tempo e meu marido e meu filho tinham ido para a piscina e tinham prometido regressar às 15 para o almoço. Fiquei sozinha, em casa.

Às 13,45 horas, acendi a placa elétrica da cozinha para derreter manteiga e, de repente, todos os eletrodomésticos deixaram de funcionar. Todos os fusíveis se tinham fundido, mesmo o fusível principal. Não havia eventuais fusíveis de reserva, o meu carro estava na reparação e os comércios estavam fechados; estava, pois, numa completa impossibilidade de procurar outros. Vi-me perdida… Meu marido e meu filho regressariam e não encontrariam o almoço pronto. Sentia-me completamente abatida e desanimada, a ponto de acabar por me ir estender na cama. Cinco minutos depois, ouvi um ruído, vindo da cozinha; corri a ver e, com grande surpresa minha, vi a manteiga que estava a derreter-se sobre a placa elétrica já aquecida. Não compreendia como fosse possível, uma vez que em todo o apartamento faltava a eletricidade. Como era, então, possível que a cozinha funcionasse? Em todo o caso, aproveitei-me da circunstância e preparei o almoço. Tão pouco o meu marido, no seu regresso, conseguia compreender: tiramos todos os fusíveis e o contador da eletricidade continuava a girar; e, às 15 horas exatas, parou. Também a cozinha se apagou, mas o meu almoço estava pronto. Meu marido substituiu os fusíveis e a eletricidade voltou normalmente.

– Agosto é a nossa festa! Nós não queremos que o dia da nossa festa seja prejudicado.

– Quereis, então, dizer-me que…

Jesus não me deixou terminar a frase.

– Não quero ver-te triste, no dia da nossa festa. Vassula, és a Minha flor. Sabes o que representa a “flor”? A flor é símbolo da fragilidade. E por esta razão que Eu cuido de ti, temendo que a tua fragilidade te possa prejudicar.

– Obrigada, meu Deus, sei que Vós estais ao pé de mim e eu amo-Vos.

Sentia-me embaraçada, uma vez que não mereço nada. Ontem à noite, quando me encontrava no quarto de meu filho, senti o cheiro a incenso. Sentia-me feliz!

– Meu Deus?

Eu Sou. Amo-te, não duvides! Tu não estás sozinha. Eu, Jesus, estou contigo, flor; amei-te sempre loucamente. Espalha o teu perfume como te ensinei, embeleza o Meu Jardim, deleita-Me. Vem. Vê, Vassula, tu começas a compreender-Me. Agora, roubei-te a todos, bem-amada. Tu não tinhas verdadeira consciência daquilo que te estava a fazer. Não sentiste o Meu Braço nas tuas costas, enquanto te afastava de todos e te siciava ao ouvido os desejos do Meu Coração? Agora que levantaste a cabeça, deste-te imediatamente conta de que não há mais ninguém à tua volta, além de Mim. Como te amo! Sou tão feliz! Habitua-te a estar só Comigo; sim, Nós os dois, sós, Eu e tu, tu e Eu. Ah! Vassula! Está diante de Mim; agora, diante de Mim, teu Deus. A partir de agora, serei Eu, e Eu só. Eu sou o teu Deus, sou o teu Salvador, sou o teu Noivo. Dar-te-ei tudo aquilo de que tens necessidade, bem-amada. Precisas de ajuda? Acorrerei a ti. De coragem? Dar-te-ei a Minha Força. De consolação? Cai nos Meus Braços. Fica no Meu Coração. Louva-Me, Vassula! Louva-Me, filha Minha! Vem e glorifica-Me! Glorifica-Me, prostra-te a Meus Pés, adora-Me! Sê Minha. Ah! Vassula, ama-Me como Eu te amo! Bendiz-Me como Eu te bendigo! Cobre-Me com o teu perfume como Eu te cubro com o Meu! Estou diante de ti, Eu, teu Salvador! Adora-Me! Sente o Meu Coração neste momento e nesta hora. A noite cairá depressa: não queres encher a tua lâmpada de Mim? Não esperes que o dia passe. Deixa que Eu encha a tua lâmpada: vem e alcança-Me. Deixa que Eu esteja só, contigo; vive por Mim; Eu alegro-Me na nossa solidão! Amo-te, a ponto de ser ciumento! O Meu Amor é tal que te afastei de todos. Não queres tentar compreender-Me? Desejei estar a sós contigo; o Amor é inflamado; e, quando o Amor é inflamado, Eu permito-Me fazer aquilo que Me apraz. Agora, és Minha e desejo que te ornamentes com coroas de amor; apaixona-Me com as tuas palavras infantis; agora,deixa-Me livre de amar-te como Me apraz. Não Me deste, tu mesma, a liberdade de utilizar-te como Me agradar?

– Sim, Senhor.

– Então, disporei desta liberdade. O Meu dedo tocará o teu coração e, depois, tu não Me recusarás mais nada. No fim de contas, é o nosso Agosto: lembrar-te-ei sempre que o estamos celebrando.